Dia 17 de junho de 1972, 100 mil pessoas lotaram o Estádio Beira-rio para assistir à partida do desagravo e outras milhares não conseguiram entrar, mesmo com portões quebrados. Quando os times entraram em campo, uma vaia ecoou por Porto Alegre. E outra vaia abafou o som do Hino Nacional, em plena Ditadura Militar. Agressões, bandeira queimada, ídolos, gols e a memória de uma partida incomum, que foi fundamental para o futebol gaúcho ser respeitado.

Havia apenas cinco dias para definir o time que enfrentaria a poderosa Seleção Brasileira. Conforme os dias foram passando e a hora do jogo chegando, foi se criando um clima de tensão e incerteza no Estado. Os “brasileiros” temiam pela integridade física, os gaúchos queriam vingança. E nós reunimos alguns dos convocados pra aquele jogo de 1972 para contar essa história. Figueroa, Ancheta, Cláudio Duarte, Bráulio, Tovar, Jair, Bibiano Pontes e outras figuras contam como foram os dias que antecederam o jogo do desagravo. Com Cléber Grabauska e Silvio Benfica. 

O estado se insurgiu quando Everaldo não foi convocado para a MiniCopa, mas o que ninguém sabe é que João Havelange, o todo-poderoso do futebol, cometeu um erro fundamental que enfureceu o governador, o prefeito, deputados da Arena e do MDB e que deixou uma brecha que a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) soube aproveitar. Havelange, talvez pela primeira vez, foi encurralado e ficou sem alternativa a não ser concordar com a realização do jogo contra a Seleção Gaúcha. Apresentação: Cléber Grabauska e Silvio Benfica. Entrevistas com o escritor Eduardo Bueno, jornalistas como Lasier Martins, Batista Filho, Mário Marcos de Souza e João Carlos Belmonte, além de historiadores  e ídolos de Grêmio e Inter.