Episodios

  • A Índia britânica e a independência do Paquistão e da Índia (14 e 15 de agosto de 1947)
    Aug 14 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a Índia britânica, o Raj britânico, que durou de 1858 a 1947. Em 1858, os territórios indianos sob administração da Companhia das Índias Orientais passaram para a administração direta das autoridades britânicas, isto na sequência da “revolta dos cípaios”. Seguiu-se um período de desenvolvimento do sub continente, que beneficiou os britânicos, mas não os indianos. A culminar esta fase, a Rainha Vitória foi proclamada Imperatriz da India, em 1876. As elites indianas, de início colaborantes com os britânicos, começaram a dar mostras de insatisfação com o modelo de colonização. Em 1885, foi criado o Congresso Nacional Indiano que, a partir de princípios do século XX, começou a reivindicar o autogoverno para a Índia. Os protestos tomaram diversas formas, como o boicote a produtos britânicos e outras ações não violentas. Estas foram lideradas a partir da década de 1920 por Gandhi. A independência da Índia era, porém, um processo complexo, pois o Congresso Indiano, de base hindu, defendia a existência de um único estado, enquanto que a Liga Muçulmana defendia a existência de dois estados separados, um para hindus, outro para muçulmanos. A II guerra mundial esgotou o Reino Unido e tornou-se claro que a independência da Índia iria concretizar-se a curto prazo. Em 1946, o primeiro ministro trabalhista Clement Atlee nomeou Lord Montbatten para vice Rei da Índia, com o objectivo de negociar a Independência até 1948. Montebatten conseguiu enquadrar os mais de 500 principados no novo estado da Índia, mas não conseguiu que a Liga Muçulmana aceitasse integrá-lo. A 14 de agosto de 1947, o Paquistão proclamou a sua independência, sendo que a Índia o fez no dia a seguir. O acordo de fronteiras, negociado de forma precipitada e secreta, originou um êxodo de milhões de hindus e muçulmanos, sobretudo na província do Punjab, e o início de um conflito entre Índia e Paquistão pela região de Caxemira.

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    43 m
  • A outra cruzada e a Inquisição Medieval: a “heresia” dos Cátaros
    Aug 7 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o movimento dos cátaros, considerado pela Igreja de Roma como uma “heresia”, e combatido por cruzadas e pela inquisição medieval. Com raízes no cristianismo primitivo, o catarismo foi particularmente popular durante os séculos XII e XIII no Languedoc, região da Occitânia, onde era praticado por cerca de metade da população e protegido pelos condes de Toulouse. Em 1119, o catarismo foi condenado como heresia no concilio de Toulouse e o papa enviou pregadores para o Languedoc com o objectivo de convertê-los. No entanto, esta pregação não produziu resultados. Em 1208, e depois do assassinato em Toulouse do legado papal, Inocêncio III decidiu pregar a cruzada contra os cátaros. No ano seguinte, cerca de 20 000 cavaleiros e 200 000 peões comandados por Simon de Monfort avançaram do norte de França para o Languedoc, onde cometeram as maiores atrocidades. Era o início de um conflito de décadas pelo controlo do Languedoc que, numa fase inicial, também envolveu o rei de Aragão. Como resultado, estas cruzadas fortaleceram o poder da Igreja de Roma e do Rei de França. Pelo contrário, significaram o fim do catarismo, o fim das ambições de Aragão em solidificar um estado transpirinaico, e um golpe nos traços distintivos da região da Occitânia, até então um dos expoentes da cultura medieval.

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    42 m
  • A Guerra de Sucessão de Espanha e a única vez que um exército português entrou em Madrid
    Jul 31 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a guerra de sucessão de Espanha, que decorreu entre 1701 e 1713. Este conflito teve início após a morte sem descendência de Carlos II, o último rei de Espanha da dinastia Habsburgo. Então, o trono foi disputado entre Felipe de Bourbom, neto de Luis XIV de França e apoiado por este reino, e o arquiduque Carlos de Habsburgo, irmão de Leopoldo I, imperador do Sacro Império, que era apoiado pelo exército imperial, pelos ingleses e os holandeses. De início, Portugal apoiou o candidato francês mas, em 1703, juntou-se à aliança inglesa e holandesa e passou a apoiar o arquiduque Carlos de Austria. Foi neste contexto que, em 1706, um exército aliado, maioritariamente português e comandado pelo marquês das Minas, entrou em Madrid e aclamou o arquiduque austríaco como rei de Espanha. A guerra de sucessão de Espanha só terminou em 1713, com a assinatura da paz de Utrecht e o reconhecimento por quase todas as partes de Felipe V de Bourbom como rei de Espanha. Este desfecho resultou na aproximação de França e Espanha e na afirmação da Inglaterra como grande potência europeia. No caso português. marcou a opção decisiva pelo alinhamento diplomático e económico com a Inglaterra.

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    48 m
  • A história e legado dos Templários
    Jul 24 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre os Templários, a Ordem Militar mais célebre do ocidente medieval. Os Templários foram fundados em 1118 como “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, com o objectivo de defender os peregrinos que se dirigiam à Terra Santa. Nas décadas seguintes, acumularam um património considerável, sobretudo através de doações. Com o fim do Reino cristão de Jerusalém e os sucessivos reveses das cruzadas, a ordem perdeu o seu objectivo original. No início do século XIV, os Templários constituíam uma força militar poderosa e um dos principais credores do Rei de França. Estes foram os motivos que levaram Filipe IV de França a procurar que a Ordem fosse extinta. Tal veio a acontecer por bula do Papa Clemente V, assinada em 1312. Em França, os bens dos Templários foram confiscados pela Coroa. Contudo, em Portugal, reverteram para a Ordem de Cristo, fundada em 1319 por iniciativa do rei D. Dinis. Qual a História dos Templários? Qual a importância desta Ordem na fundação de Portugal? E o que há de verdade e de mito no seu legado?

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    49 m
  • A Rainha Vitória e Portugal (com a escritora Isabel Machado)
    Jul 17 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram a escritora Isabel Machado para uma conversa sobre a Rainha Vitória do Reino Unido e, em particular, sobre a sua relação com Portugal. Alexandrina Vitória de Saxe Coburgo e Hanover nasceu em 1819. Era filha do duque de Kent, o quarto filho do rei Jorge III. À partida, não estava destinada a reinar, mas a morte sem sucessores de seus tios Jorge IV, Frederico, duque de York, e Guilherme IV, fizeram-na herdar o trono em 1837. Vitória reinou durante 63 anos, um longo reinado apenas ultrapassado por sua bisneta, Isabel II. Ao contrário da ideia feita, e do que a expressão “moral vitoriana” deixaria supor,
    Vitória foi uma mulher apaixonada, caprichosa e imatura. Também foi preocupada e leal à família, sobretudo aos Saxe Coburgo. Entre estes, estavam os seus “primos portugueses”, de quem muito gostava, sobretudo de D. Maria II e D. Pedro V. Durante a conversa, Isabel Machado, autora do romance “Vitória de Inglaterra, a Rainha que amou e ameaçou Portugal”, revela mais sobre a vida e personalidade desta Rainha marcante, e sobre a sua ligação a Portugal, desde a amizade com D. Maria II ao Ultimato britânico de 1890.

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    49 m
  • A prisão do Tarrafal (com o fotógrafo João Pina)
    Jul 10 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o fotojornalista João Pina, autor do livro “Tarrafal”, para conversar sobre a tristemente célebre prisão do Tarrafal. Esta foi inaugurada em outubro 1936 por 157 presos políticos, a maioria com ligações à greve geral de 1934 e ao PCP ou, então, à “revolta de marinheiros” de setembro de 1936. Recebeu então o nome oficial de “Colónia Penal de Cabo Verde”.
    Encerrada em 1954, em parte por pressão da comunidade internacional, a prisão do Tarrafal reabriu em 1961, então como “Campo de Trabalho do Chão Bom”. Entre 1961 e 1974, estiveram presos no Tarrafal vários líderes dos movimentos independentistas africanos. Como era o quotidiano no Tarrafal? Quais os castigos, o trabalho, e a relação entre guardas e prisioneiros? Em que medida contribuiu, embora involuntariamente, para a reorganização do PCP? E que testemunhos de homens privados da liberdade por motivos políticos chegaram até hoje?

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    57 m
  • Maximiliano de Habsburgo, o príncipe austríaco que foi imperador do México
    Jul 3 2024

    Maximiliano nasceu em Viena e era irmão de Francisco José I, imperador de Austria entre 1848 e 1916. De ideais liberais, foi vice rei da Lombardia e, mais tarde, um acordo entre a França de Napoleão III, Espanha e Reino Unido, colocou-o no trono imperial do México. O novo imperador nunca foi aceite por parte dos mexicanos. Também não foi reconhecido pelos Estados Unidos que, então, estavam em guerra civil. Em 1866, as tropas francesas que garantiam o trono de Maximiliano abandonaram o México. O imperador recusou-se a fazer o mesmo e decidiu ficar. Resistiu aos seus opositores até 1867, quando foi capturado e fuzilado junto com os poucos que lhe permaneceram fiéis. Quais os contornos desta História improvável de um príncipe austríaco posto no trono imperial do México por vontade de França, Espanha e Reino Unido?

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    52 m
  • A vida e obra de Luís Vaz de Camões
    Jun 26 2024

    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram Carlos Maria Bobone, crítico literário e autor do livro recentemente publicado “Camões, vida e obra”, para uma conversa em torno deste personagem fundamental da História de Portugal. O que será lenda, o que é provável, e o que pode comprovar-se sobre a vida do poeta? Será que o foco da obra épica "Os Lusíadas" é a História dos feitos dos portugueses e seus antepassados? Qual a importância da obra de Camões para a cultura portuguesa? Por fim, como foram os seus últimos anos, será que morreu pobre, amargurado e angustiado com o futuro de Portugal?

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    1 h y 5 m