• 006 - Ansiedade
    Apr 24 2024

    Oi, tudo bem? Eu sou Rodrigo Monteiro e esse é o Meu Diário de Paternidade.

    A parte mais difícil de esperar um filho é, sem dúvidas, esperar. Você está esperando a todo momento. Seja assistindo um filme, tomando banho, trabalhando, passeando, dirigindo. Você está sempre esperando.

    Não importa o momento, o máximo que você pode fazer é esperar. E isso pode ser normal para a maioria das pessoas, mas é bem complexo para um casal ansioso.

    Tem algumas semanas que eu trabalho todos os dias com um certo aperto no peito, sempre esperando para acontecer algo. É como se a qualquer momento a minha filha pudesse nascer.

    E realmente é isso que está acontecendo. A qualquer momento ela pode nascer. E sou incapaz de saber quando. Então, preciso estar sempre preparado.

    Já tem duas semanas que a Erika me pediu para deixar o bebê conforto e as malas da maternidade dentro do carro. Não importa para onde vamos, eles sempre estão lá no porta-malas.

    Eu me iludi achando que teria algum controle. Me planejei perfeitamente. Quando minha filha nascer, eu tiro cinco dias de licença paternidade. Então, pedi férias para duas semanas após a previsão do parto.

    Dessa maneira, posso aproveitar os primeiros dias da minha filha, ter uma semana pra me organizar no trabalho, enquanto meus sogros ainda estarão aqui para nos ajudar, e logo depois tirar férias para tentar me adaptar a nossa nova vida a três.

    Mas não é assim que as coisas funcionam. Estou há duas semanas da data prevista e ela pode nascer a todo momento. A Erika já sente contrações com uma frequência grande, mesmo que ainda não estejam ritmadas.

    É difícil lidar com esse misto de alegria e ansiedade. Ao mesmo tempo que você está num dos melhores momentos da sua vida, você está sempre pronto para correr pro hospital.

    E até esse momento chegar, não tem o que fazer a não ser esperar.

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  • 005 - Hopital
    Apr 23 2024

    Oi, tudo bem? Eu sou Rodrigo Monteiro e esse é o meu diário de paternidade!

    Quando você anuncia para a família e amigos que está esperando um bebê, a segunda coisa que as pessoas fazem é dar inúmeros alertas sobre o que você precisa estar preparado. Mal terminam os parabéns e já começam.

    Aproveita para dormir agora. Compra muita fraldinha porque vai precisar. Se eu fosse você faria cesária. Parto é a melhor opção. Já guarda dinheiro para a festa de quinze anos. Pensa na faculdade que ela vai fazer. Já escolheu a profissão da sua filha? E o plano de aposentadoria?

    Não importa o local, a situação ou a experiência pessoal, todo mundo tem inúmeros conselhos sobre o que você deve se preocupar, mas a real é que você não é preparado para o que realmente precisa

    Ninguém te avisa que o pâncreas pode perder 70% do seu funcionamento, sua esposa desenvolver uma diabete gestacional e vocês precisarem ir a cada dois dias no hospital a partir da 37ª semana para garantir que sua filha está bem.

    Ninguém te avisa que o médico do pré-natal pode dar ordens e cuidados completamente diferentes daquelas que serão dadas no hospital. Ninguém avisa a quem você deve seguir. Ninguém avisa que você precisa se planejar financeiramente para dirigir 50km a cada dois dias e pagar um estacionamento de R$10 a hora pra garantir que sua filha não está em sofrimento fetal.

    Ninguém te prepara para o que você realmente precisaria.

    E no fim, você se vê indo para o hospital com uma grande frequência, tendo que se desdobrar profissional e pessoalmente porque ninguém avisou que esse momento chegaria.

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  • 004 - Compromisso
    Apr 18 2024
    Oi, tudo bem? Eu sou Rodrigo Monteiro e esse é o Meu Diário de Paternidade. Eu criei esse podcast para compartilhar com o mundo as coisas que eu preciso falar sobre esse período, mas eu tenho me sentido muito frustrado. Um completo fracasso. A minha ideia inicial era publicar um áudio curto, no máximo cinco minutos, por dia. Em poucos minutos, fiz uma lista com duas semanas de assuntos que poderia fazer. Nem precisei pensar. A necessidade de falar era tanta que só fui escrevendo ideias de pauta. E hoje estamos aqui, duas semanas da publicação do primeiro episódio, e eu só consegui gravar três áudios. Eu tinha tudo planejado. Escrevo um breve roteiro. No dia seguinte, eu reviso, gravo e escrevo o próximo. É simples. Só preciso colocar pra fora o que estou sentindo. Não vai levar mais do que meia hora por dia. E realmente, esse processo não leva mais do que meia hora. A minha dificuldade está em encontrar essa meia hora. Eu trabalho das 10h às 19h todos os dias. Trabalho de casa. Um horário bom. Um grande privilégio de não precisar me locomover. Mas eu tenho que cuidar da minha casa, deixar tudo pronto pra minha filha, dar conta do trabalho doméstico que antes era dividido com minha esposa, participar de todas as consultas, exames, conhecer hospital, fazer um freela, cuidar dos animais, lavar roupa e não para mais. São trinta minutos basicamente impossíveis de encontrar na minha agenda. E eu tenho me sentido frustrado. Mas eu não quero ser um pai frustrado. Quero que minha filha tenha um pai feliz, realizado e que cresça junto com ela. Quando me sinto frustrado, eu penso que assumi esse compromisso, mas o meu compromisso com a minha filha é muito maior. Meu principal compromisso, no momento, é fazer com que ela nasça bem, cresça bem, se desenvolva bem, viva bem. Meu compromisso é que minha filha possa ter a melhor infância e criação do mundo. Isso ajuda a tirar um pouco do peso da frustração… Gostou deste programa? Me siga no Instagram: https://instagram.com/rdmonteiro Me siga no Twitter: https://instagram.com/rdmonteiro Quer entrar em contato? Envie um e-mail para meudiariodepaternidade@gmail.com
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  • 003 - Pintar o quarto
    Apr 8 2024
    Oi, tudo bem? Eu sou Rodrigo Monteiro e esse é o meu Diário de Paternidade. No último final de semana, eu pintei o quarto da minha filha. Foi um misto de emoções. Primeiro pela alegria de finalmente estar arrumando o cantinho dela e ver as coisas se organizando, mesmo que minha esposa já tenha entrado no nono mês de gravidez. Segundo porque, por mais que eu me esforce para ser uma pessoa que faz tudo em casa, eu não sou das mais habilidosas com serviços manuais. Eu já pintei muitas paredes, até porque moro de aluguel e me mudei mais vezes do que gostaria. Mas nunca como a minha única responsabilidade. Eu sempre fiz isso com a ajuda do meu pai ou da Erika. Mas, dessa vez, meu pai tinha acabado de fazer uma cirurgia de catarata e não poderia me ajudar. E sobre a Erika, eu nem preciso explicar, né? Minha filha pode nascer a qualquer momento. Não vamos ficar arriscando. Então, dessa vez, pintar as paredes foi responsabilidade exclusivamente minha. E justo nesse quarto que tem curvas… Não dá pra dizer que eu fiz tudo sozinho. Tive a ajuda do meu tio, mas ele é tão habilidoso quanto eu. E digamos que tivemos mais trabalho e sujamos mais do que deveria. Isso fez com que, durante todo o processo de pintar e limpar, eu ficasse extremamente ansioso pensando que não sou capaz de deixar o quarto da minha filha tão bonito quanto eu gostaria. Mas depois de passar duas horas esfregando o chão de um quarto de menos de 15 metros quadrados com bombril e colocando os móveis no lugar, veio um pouco de calmaria. Sim, eu sou capaz de fazer o quarto da minha filha como eu e a Erika imaginamos. Talvez não com toda a facilidade que se espera do estereótipo de um pai de família, mas aos trancos e barrancos, eu vou aprendendo como fazer o que a Alice precisa. Eu ainda estou ansioso, com o coração meio apertado, mas isso talvez seja normal quando está esperando sua primeira filha. Gostou deste programa? Me siga no Instagram: https://instagram.com/rdmonteiro Me siga no Twitter: https://instagram.com/rdmonteiro Quer entrar em contato? Envie um e-mail para meudiariodepaternidade@gmail.com
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  • 002 - Quando eu me tornei pai?
    Apr 4 2024
    Oi, tudo bem? Eu sou o Rodrigo Monteiro e esse é o meu diário de paternidade… A minha experiência de me tornar pai foi um pouco diferente da maioria das pessoas que eu conheço. Enquanto a maior parte dos meus amigos simplesmente acordou num dia e descobriu que sua namorada ou esposa estava grávida, eu e a Erika planejamos engravidar. Mas isso não significa que foi mais simples me entender como pai… Pra começar que ela tem algumas complicações de saúde que nos davam insegurança sobre a possibilidade de ter um filho biológico. Além disso, alguns problemas, digamos filosóficos, atrapalharam um pouco a nossa conversa a princípio. Quando começamos a falar sobre ter filhos, eu fiquei um pouco assustado porque, depois de 13 anos juntos, a paternidade me parecia cada vez mais distante. Apesar de amar crianças, eu já tinha passado dos 30 anos e sabia que a Erika sempre teve medo de parir. Até que um dia ela me falou sobre a vontade de engravidar. Eu levei um tempo pra assimilar porque já tinha me acostumado com a ideia de sermos só nós dois pra sempre, mas, ao mesmo tempo, eu sempre falei sobre ser pai. E a parte mais difícil foi entender quando eu me torno pai… Como a gravidez foi planejada, tivemos tempo de ir em vários médicos, entender os diferentes riscos e nos preparar para engravidar no melhor momento. E foi justamente aí que a coisa complicou. A Erika gostaria de ter filho em um ano. Eu me assustei, parecia tudo muito acelerado. Eu preferia que fossem dois anos. Queria organizar minha vida financeira, buscar outro emprego, tentar garantir uma qualidade de vida melhor. Algumas coisas eu consegui, como mudar de emprego. Outras não foram possíveis, como organizar a vida financeira. E nesse meio do caminho, tivemos muitas discussões sobre o melhor momento. Algumas acabaram em choro porque a Erika sentia uma urgência pelo medo de não poder ter filhos mais tarde. E, como ela é uma pessoa que tem dificuldade para conversas difíceis, não me falava sobre isso. Foram meses de conversas até perceber que estávamos falando da mesma coisa. Quando a Erika falava sobre ter filho daqui um ano, a minha cabeça automaticamente entendia que nosso filho nasceria dali um ano. Por isso, pra mim, o melhor era esperar por dois anos. Quando isso ficou claro para nós dois, percebemos que estávamos falando exatamente a mesma coisa, mas com visões de mundo diferentes. Na minha cabeça, eu me tornaria pai no momento do parto. A Erika entendia que se tornaria mãe no momento em que engravidasse. E nós tivemos inúmeras discussões sobre isso. Agora, não mais complicadas, mas tentando se entender e alinhar nossas expectativas. E a verdade é que nenhum dos dois estava certo. Eu não me tornei pai no momento que descobri a gravidez, mesmo ficando extremamente feliz. Mas também não me tornei pai só no parto. Minha filha ainda nem nasceu e eu já me sinto pai. Foi em algum momento no meio do caminho que eu fui me transformando. Não sei quando, nem qual foi a chavinha que mudou isso no meu cérebro. Eu só sei que aconteceu. Em algum momento, eu me tornei o pai da Alice. Gostou deste programa? Me siga no Instagram: https://instagram.com/rdmonteiro Me siga no Twitter: https://instagram.com/rdmonteiro Quer entrar em contato? Envie um e-mail para meudiariodepaternidade@gmail.com
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  • 001 - Meu diário de paternidade
    Apr 3 2024

    Oi, tudo bom? Eu sou Rodrigo Monteiro e esse é o meu diário de paternidade.

    Ou melhor, esse será o meu diário de paternidade.

    Desde que eu descobri que minha esposa estava grávida, eu pensei em como poderia registrar esse momento, compartilhar minhas alegrias, medos e experiências.

    Mas a verdade é que, apesar de produzir conteúdo pra internet há quase duas décadas, eu sou uma pessoa com muita vergonha de me expor.

    Um perfil no Instagram? Já tem gente demais fazendo isso.

    Uma conta no Tiktok? Não acho que eu tenha a desenvoltura que a rede merece.

    Um canal no Youtube? Exige tempo demais para um pai de primeira viagem que mal sabe como será a sua rotina.

    Durante uma breve visita que fiz ao mercado, cheguei à ideia de fazer um podcast. Esse é, sem dúvidas, o formato que eu mais consumi na última década.

    Consigo fazer sem me expor demais, encontrei um formato rápido de produzir e, se eu der sorte, ainda posso chegar em pessoas que estão passando por momentos semelhantes.

    Mas esse nem é meu objetivo. Eu só preciso de um espaço para botar pra fora o que estou vivendo e sentindo nesse momento. Se uma única pessoa ouvir, eu já ficarei feliz. O que eu preciso é falar.

    Por isso, todo dia eu gravarei áudios curtinhos para o meu diário de paternidade.

    Agora que eu já assumi esse compromisso, eu vou falar um pouco mais sobre a descoberta da paternidade, mas isso fica para o próximo episódio.

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