• Aula 09 - Odisseu, o herói solitário. Aquiles e Odisseu, temeridade e astúcia

  • Sep 3 2024
  • Duración: 1 h y 46 m
  • Podcast

Aula 09 - Odisseu, o herói solitário. Aquiles e Odisseu, temeridade e astúcia

  • Resumen

    • Nesta nona aula da disciplina de Teoria e Leitura Crítica da Narrativa, do curso de Licenciatura em Letras da UNESP (Ibilce, SJRP), penso em como a "Odisseia" já representa uma narrativa focada na experiência singular de um herói pessoal (Odisseu), em sua jornada de regresso à casa, bem como apresenta a vida doméstica da nobreza homérica (Werner Jaeger), ao contrário da "Ilíada", na qual o protagonista (Aquiles) mal se diferencia da experiência e valores da comunidade a qual pertence.
    • Reflito, também, a partir da pergunta de uma aluna, sobre a relação entre predestinação, facticidade, destino e vontade na epopeia clássica e na variativa moderna. A questão colocada foi: "é possível, na narrativa moderna, explorar o motivo de predestinação de um modo que não envolva o elemento místico?" Procuro responder comentando, brevemente, como "O gato preto", de Edgar A. Poe, e "A cartomante", de Machado de Asses, lidam, em chave irônica, com a ideia de destino trágico, elaborando, respectivamente, a inevitabilidade e a previsibilidade do destino individual como elemento central de suas narrativas.
    • Ainda a partir de uma questão levantada por uma aluna, diferencio, brevemente, a predestinação do herói clássico, preso na rede trágica do destino, e o determinismo, social e econômico, sobretudo, como fundamento das relações, desejos e ações das personagens em certas narrativas modernas. Do mesmo modo, busco esclarecer que nem todo determinismo implica num anel de ferro inevitável para as personagens, além de que a predestinação depende da dimensão mística, ao passo que o determinismo moderno é materialista.
    • Ilustro a discussão sobre o determinismo a partir de um exemplo apontado por um aluno: o romance "1984", de George Orwell.
    • Por fim, analiso Odisseu como símbolo da curiosidade humana e esta como vontade de saber, isto é, o núcleo de nossa aspiração ao conhecimento. Explico como, de acordo com Jean-Pierre Vernant, em "O universo, os deuses, os homens", Odisseu foi empurrado para o "Oikoúmenos", os limites do mundo não humano, não civilizado, desconhecido, e como Odissen se dispõe a aprender com esse novo mundo, inclusive temerariamente, arriscando a si e sua tripulação nesse processo.


    • 0utras referências mencionadas:

    1. Edison Banani Jr. "O labirinto de Dédalos. A ideia de mundo como horizonte da existência".

    2. Richard P. Martin. "Apresentação". (à tradução da "Odisseia", de Christian Werner, publicada pela Cosac Naify).


    • Errata: quando me refiro ao contramestre e segundo em comando de Odisseu, chamo-o de Antíloco, um erro, claro, já que este era, na "Ilíada", o filho de Nestor, rei de Pilos, e morreu defendendo o pai durante uma retirada da batalha. 0 ajudante de Odisseu é Euríloco, conselheiro duvidoso e um dos responsáveis por fazê-los aportar na ilha de Hélios e sofres a desastrosa consequência de matarem seus bois.
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