• Boca a Boca 71

  • Dec 8 2021
  • Duración: 7 m
  • Podcast

  • Resumen

  • Boca a Boca 71

    Considerado um dos músicos mais alternativos de Chicago, Jim O'Rourke abria o seu album “Eureka,” de 1999 a cantar 16 vezes Women of the world take over, 'cause if you don’t the world will come to an end and it won’t take long.
    22 anos mais tarde, ponho a tocar o álbum enquanto leio que, de acordo com as Nações Unidas, tendo em conta o actual quadro político mundial, apenas daqui a 130 anos conseguiremos alcançar uma verdadeira igualdade de género no topo da hierarquia política dos estados. E não será por certo por falta de mulheres no planeta, nem de oportunidades para fazer a diferença.
    Durante a conferência mundial sobre clima (o COP26) nos passados meses de outubro e novembro, investigadores e cientistas concluíram que houve um aumento sem precedentes das temperaturas globais nos últimos 150 anos, devido à concentração de gases de estufa na atmosfera e ao consequente degelo polar. Fala-se em 7 anos no máximo para conseguirmos reverter o aquecimento global...
    O ser humano consegue atingir velocidades estonteantes para certos progressos e exibir uma inércia obscena para tantos outros avanços.
    Pergunto-me no meio disto qual o papel de um Teatro de uma cidade nestes balanços mundiais. Dar mais voz a artistas mulheres, como a Rafaela Santos, cofundadora e diretora da Amarelo Silvestre, companhia que nos apresenta este final de semana em Diário de uma República um olhar sobre os últimos 20 anos em Portugal? Ou como Sara Barros Leitão que na próxima semana tomará conta do nosso palco e da Meia Dose no Forum Viseu para nos falar do primeiro sindicato das empregadas domésticas? Ensaiar novas formas de estar? Ou manter a funcionar as que já estavam a funcionar bem? E estariam a funcionar bem? Ou apenas nos agradavam por nos serem mais reconhecíveis, mais confortáveis? Como poderá um teatro contribuir para alterar ou menorizar este desequilíbrio do clima e de género, esta balança sempre a pesar para o mesmo lado e a obrigar a carroça a repetir as mesmas orientações para chegar à sua meta quando o caminho que percorre a leva para os tais 130 anos de atraso, para os tais 150 de velocidade destruidora, para um lugar que afinal, não escolheu querer chegar?
    Continuo a ouvir Jim O’ Rourke e a pensar que nem sempre pensamos bem, nem sempre acertamos nas decisões que nos parecem mais acertadas, e que nesses momentos devemos ter a coragem de levantar os olhos do papel onde escrevemos as nossas obrigações e subir a visão acima dos pequenos desvios do quotidiano para ganharmos novos horizontes.
    Jim o Rourke agora canta, em “Something Big”: Porque devo eu preencher a minha vida de pequenas coisas quando há tanta coisa grande que devo fazer, tantos sonhos que deveriam tornar-se realidade antes de morrer.
    Conhecem o resto da letra? Ora ouçam.

    Something Big
    Like a grain of sand
That wants to be
A rolling stone
I want to be the man
I'm not,
And have the things
I really haven't got
And that's a lot
    There'll be joy
And there'll be laughter.
Something big is what I'm after now
Yes, it's what I'm after now
    After taking, take up giving,
Something big is what I'm living for
Yes, it's what I'm living for
Living for
    Why must I go on
And fill my life with little things
When there are big things I must do
And lots of dreams
That really should come true
Before I'm through

    https://www.youtube.com/watch?v=1TVVQvk5KbM

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