• Boca a Boca – Dar o corpo

  • Jan 12 2022
  • Duración: 4 m
  • Podcast

Boca a Boca – Dar o corpo

  • Resumen

  • O que significa receber a herança de um encontro de dança que marcou uma década, juntando novíssimos coreógrafos que nele se apresentaram pela primeira vez e tantos que são hoje consagrados? O que significa ser a décima edição de um encontro que se intitulou New Age, New Time num ano como o de 2022, o terceiro que se vive em pandemia? Será que se vive cada vez mais consciente do tempo, do corpo, da fisicalidade, da distância e do peso das palavras que usamos para nomear o que sentimos, o que fazemos, o que queremos, o

    que não queremos?

    Para esta edição, que é simultaneamente a 10.ª e a 01.ª, repensamos cada palavra, cada escolha, cada gesto.

    Começamos pelo título: NANT. Procurámos o seu significado como se não o conhecêssemos, como se não conhecêssemos a história deste encontro. O uso da palavra “nant” pode remontar ao século XIX e ao viajante e autor George Borrow (1803-1881), para significar “pequeno riacho”, “pequena corrente de um rio em Gales”; ou pode denominar alguém apaixonado pela tecnologia e que a usa para embelezar a vida e o seu meio ambiente. Se usarmos a palavra “nant” em francês numa expressão como “L’Europe est t’arriver à un tournant”, queremos dizer: "A Europa chegou a um ponto de viragem”. “NAN” (acrónimo do inglês Not a Number) em linguagem de programação representa um número indefinido ou irrepresentável.

    New Age está hoje conotado com um movimento alternativo à cultura tradicional ocidental, com um forte interesse no misticismo, no ambientalismo e numa perspetiva holística do mundo. New Time... novo tempo... estará ligado a quê? A que novo tempo nos referíamos há uma década e que novo tempo desejamos agora? Se “nant” é uma palavra que se pronuncia da mesma maneira em quase todas as línguas e que não tem tradução, New Age, New Time pode ser traduzido para uma nova expressão que melhor represente as novas ações, do corpo, da mente, no espaço, que pretendemos divulgar, descobrir, praticar; e os novos tempos que se desenham, que se formam, que queremos moldar, preencher e construir para os podermos habitar em conjunto.

    Assim nasceu a vontade de rebatizar este encontro — entre e dos corpos em movimento — de NANT- Novas Ações, Novos Tempos e de a dedicar inteiramente ao corpo:

    o corpo feminino ou masculino, o corpo não binário, o corpo belo, o corpo que adoece e envelhece, o corpo mútuo, o corpo duplo, o corpo norma e tradição, o corpo que rasga o sistema, o corpo domesticado, o corpo livre, o corpo língua, o corpo planeta, o corpo que dá o litro e se entrega à vida e ao movimento, o corpo que se entrega ao manifesto.

    E o que significará isso de dar o corpo ao manifesto em 2022?

    Será cuidá-lo e protegê-lo? Será arriscar perdê-lo a cada dia que passa? Oferecê-lo às balas? investi-lo de ação e de tempo?


    Porque para existir é preciso respirar, é preciso ter corpo, é preciso ter movimento, abrimos 2022 oferecendo os nossos corpos múltiplos aos tempos vindouros, juntando-nos para celebrar o que um corpo pode em palco, o que um corpo pede, o que um corpo pulsa, o que um corpo dá, o que um corpo precisa, o que muitas vezes não é mais do que outro corpo com quem se amantizar, pensar, trocar ideias, avançar na (sua? nossa?) história.


    Abrimos com “Bate Fado”, de Jonas & Lander, no dia 14 de janeiro, e terminamos com “O susto é um mundo”, de Vera Mantero no dia 29 de janeiro, acompanhando todo o período eleitoral a pensar no que nos faz mexer, no que nos move, no que tem e oferece movimento, o que dá corpo às nossas ideias, aos nossos desejos, aos nossos votos para o futuro.





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